Estratégia de Restauração da Vida da Igreja
Para nossa compreensão adequada da vida da igreja, se faz necessário conhecer sua natureza, isto é, sua origem, propósito e como ela se deve expressar nas diversas culturas. O conceito de igreja visível e invisível (institucional e místico), embora ajudem, não é suficiente para nosso entendimento a respeito da igreja. É preciso enxergá-la em sua natureza orgânica, com uma dinâmica própria que procede do Espírito Santo.
1. Definições Práticas
Afora outras definições (Corpo de Cristo, Noiva, Templo do Espírito, Etc...), queremos nos ater a duas definições que encerram o aspecto mais relacionado com o presente estudo:
a. A igreja em seu sentido amplo é o povo de Deus (1 Pe 2.9). A ênfase recai mais sobre a universalidade da igreja, o povo de Deus espalhado por todo o mundo; e,
b. A igreja é a comunidade do Espírito Santo (1 Co 12, 13 e 14). A ênfase são os relacionamentos práticos que destacam mais a localidade. A igreja em sua vida comunitária intensa com relacionamentos práticos e definidos.
2. A igreja e as Estruturas Paraeclesiásticas
Considerando os aspectos relacionados nas definições igreja “Povo de Deus” e igreja “Comunidade do Espírito Santo” ela difere essencialmente das estruturas Paraeclesiásticas (Denominações, Associações, Organizações Missionárias, Editoras, Seminários, Etc...).
Seguem as diferenças:
A evidência, portanto, a igreja é um organismo carismático, não institucional. A igreja é produto do Reino de Deus em sua manifestação graciosa para com todos os homens. Ela é edificada através de dons e ministérios manifestados e concedidos pelo Espírito Santo (Rm 12.7-8; Ef 4.7-17; 1 Co 12.1-11 e 1 Pe 4.10-11). A característica essencial da igreja é vida e portanto, para serem biblicamente válidas, toda sua estrutura e forma de governo e expressão devem ser carismáticas.
3. Estrutura Bíblica da Igreja
A liderança de uma igreja deve ser levantada pelo Espírito Santo, nunca por um fato sociológico ou cultural (Ef 4.7-11). A vida e ministério da igreja devem ser construídos sobre estruturas viáveis de grupo grande (Povo de Deus) e grupo pequeno (Comunidade do Espírito Santo). No Novo testamento temos esta dupla ênfase contextualizada: “No Templo e de casa em casa” (At 5.42). A vida comunitária da igreja era centralizada nos lares. A adoração, o testemunho, ocorreram tanto no Templo como nos lares (At 2.42; At 2.46-47; At 4.34-35). O grupo grande é a cidade (Mt 5.14). O grupo pequeno é a casa (Mt 5.15). O grupo grande enfatiza a proclamação, a identidade e o testemunho. O grupo pequeno traz condições de ensino, comunhão, oração (At 2.42) e a disciplina (Mt 18.15-20 e Hb 10.34-36).